Levantamento aponta 329 espécies vegetais na APA do Rio Ibirapuitã

imagem de calendario
Vegetação no Pampa possui espécies nativas nutritivas.

O projeto RestaurAPA, em seu levantamento inicial, registrou 329 espécies vegetais nos campos da Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã, na região da fronteira gaúcha com o Uruguai. O resultado demonstra riqueza vegetal dos campos, mesmo em áreas atingidas pela invasora Capim-annoni (Eragrostis plana Nees), comentam Mariana de Souza Vieira, uma das coordenadoras do RestaurAPA, e Fábio Torchelsen, pesquisador colaborador. A iniciativa é uma parceria entre a UniLaSalle, a UFRGS e a Emater, que compreende um projeto de restauração do campo nativo do Pampa em 20 propriedades rurais na região. 

Como primeiro passo, o levantamento de espécies serve de base para planejamento de ações de restauração e para controle da trajetória da restauração. A atividade contribuiu para a definição dos métodos de manejo a serem aplicados nos campos de pequenos e médios pecuaristas beneficiados pelo projeto. 

No detalhamento, foram registradas 329 espécies divididas em 50 famílias botânicas, com uma riqueza de espécies variando entre oito e 55 espécies por metro quadrado. O Capim-annoni esteve presente nas amostras das 20 fazendas participantes. A maior concentração da invasora apareceu em Santana do Livramento, onde ocupou 21% das áreas avaliadas, ante 67% de vegetação nativa. Já a maior concentração de espécies nativas ocorreu em Quaraí, com 81% de cobertura nessa categoria. Esses dados são importantes para definir tanto os protocolos a serem aplicados em cada uma das unidades quanto para medir os resultados ao final das atividades do Projeto RestaurAPA. 

Houve registros de espécies ameaçadas, endêmicas e raras nas propriedades beneficiadas. Esse dado corrobora que é possível aliar conservação e produção pecuária nos campos do Pampa, que é umas das bandeiras do projeto. “Do total de 3.651 plantas conhecidas no bioma Pampa, encontrar 317 espécies nativas e 12 espécies exóticas em campos invadidos por Capim-annoni é um bom resultado. Demonstra que a flora nativa está presente nos campos e que o potencial de restauração ecológica é elevado”, comenta Mariana de Souza Vieira, da UniLaSalle, uma das coordenadoras do RestaurAPA.

Por meio de manejo adequado dos campos e rebanhos, o ResturAPA busca aumentar a produtividade da atividade pecuária, preservando as características naturais do Pampa e valorizando a riqueza nutricional das gramíneas nativas. Entre os principais objetivos está eliminar ou reduzir a presença do Capim-annoni, espécie invasora que infesta os campos gaúchos, afetando negativamente o desenvolvimento do gado. 

Para acessar o relatório completo clique aqui

Sobre o projeto:

Sobre o RestaurAPA

O Projeto RestaurApa é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora. É gerenciado pela Universidade La Salle (Unilasalle), em parceria com a Emater/RS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). São beneficiadas 20 famílias de pequenos e médios pecuaristas da Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã. Ao todo, 1.931 hectares receberão novos manejos agropecuários. Uma das atividades principais é o combate ao Capim-annoni, espécie exótica e invasora, que causa prejuízos para os produtores, além de dificultar a regeneração do campo nativo. Para acompanhar todas as novidades siga o perfil do Instagram oficial: https://www.instagram.com/restaurapa/

Compartilhe:
imagem de autor
AUTOR

Restaurapa


web05@restaurapa.com.br