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O evento reuniu cerca de 40 produtores rurais e apresentou os resultados do projeto

O Dia de Campo do projeto RestaurAPA foi realizado na segunda-feira, dia 29 de julho, no Estabelecimento Capão do Macaco, que fica localizado no 4º Distrito Caverá, em Rosário do Sul.

Cerca de 40 pessoas participaram do evento. Estiveram presentes produtores, estudantes e representantes de órgãos ambientais de Rosário do Sul, Santana do Livramento, Dom Pedrito, Alegrete, Quaraí, Rivera e Porto Alegre.

A programação contou com apresentação do Projeto RestaurAPA (Integração Social e Científica para a Conservação e Sustentabilidade do Bioma Pampa), depois foram apresentados os resultados do projeto (métodos de manejo da produção pecuária para a recuperação e conservação do campo nativo) e também os resultados do monitoramento da vegetação (medindo a restauração ecológica do campo nativo na APA do Ibirapuitã). Outro tema abordado na programação foi a “Colheita e germinação de sementes do campo nativo para a restauração ecológica”. Após, o técnico da Emater do Escritório de Rosário do Sul, e o produtor rural que participaram do projeto, fizeram um relato sobre as técnicas utilizadas e experiências com o projeto, com roda de conversa e depois teve visita à área manejada pelo RestaurAPA. A programação foi finalizada com um almoço.

Resultados do projeto RestaurAPA

Durante o Dia de Campo, foram apresentados os resultados do monitoramento da vegetação, em que os pesquisadores observaram o aumento da cobertura da vegetação nativa e a redução ou estagnação da cobertura do capim-annoni. Foram registradas espécies raras e ameaçadas de extinção nas áreas de campo nativo destinado à pecuária. 

Uma das pesquisadoras  do RestaurAPA, a bióloga Mariana Vieira, destaca:. “Tivemos ações, engajamento e resultados diferentes entre as propriedades atendidas, mas a maior parte dos resultados foi positiva.”, explica.

A pesquisadora afirma ainda que “o projeto é uma ação pontual sobre o controle da espécie  invasora, mas as ações devem ser permanentes e por parte de diferentes atores, para que esta seja reduzida nos campos da APA do Ibirapuitã”.

O coordenador Rafael Borges explica que a parceria entre os técnicos da Emater, envolvidos com o projeto RestaurAPA e os produtores rurais, foi o ponto forte no processo de controle do capim-annoni.

O agrônomo da Emater/RS em Santana do Livramento, Leonardo Alonso, também integrante do projeto RestaurAPA, avalia que a recuperação das áreas de campo nativo degradadas pela invasão do capim-annoni levará mais tempo do que a duração do projeto, que foi de 3 anos e meio. “Foi possível demonstrar aos pecuaristas a viabilidade do controle do annoni, a partir da mudança de manejo do campo nativo associada ao controle seletivo. Sem o controle seletivo não se poderia viabilizar a recuperação de áreas de campo nativo, muito infestadas com annoni”, explica. 

Ele relata ainda que nas áreas onde havia uma boa quantidade de campo nativo remanescente, o controle seletivo abriu espaço para as espécies nativas que, com um melhor manejo do campo, amplia a cobertura de espécies de campo nativo e dificulta a dispersão da invasora, melhorando a cobertura das nativas.

Relato dos produtores

Durante o evento, produtores rurais relataram que conseguiram enfrentar melhor a estiagem por estarem com a carga animal ajustada, conforme a capacidade dos seus campos. Em relação à produtividade, em algumas regiões houve o ganho de peso dos animais nas propriedades onde os manejos propostos foram bem implementados. 

O casal de produtores rurais Antônio Vieira e Davina Nunes,  proprietários do Estabelecimento Capão do Macaco, que fica localizado no 4º Distrito Caverá, em Rosário do Sul, são alguns dos pecuaristas atendidos no projeto RestaurAPA, há 3 anos e meio. Davina relata que as condições da pastagem melhoraram muito. “O projeto foi muito proveitoso. Recebemos orientação, acompanhamento dos integrantes do projeto desde o começo, eles explicavam como era para fazer. Os annoni foram combatidos e a pastagem está maravilhosa. Vamos continuar combatendo.”, afirma.

Antônio destaca que 15 hectares foram recuperados, e agora uma parte do campo está com pastagem nativa. Ele também conta como foi participar do evento.“O Dia de campo foi muito bom. Muitos ficaram satisfeitos com o que se fez na propriedade. Vieram pessoas de vários lugares”, afirma.

Sobre o projeto

O RestaurAPA tem financiamento internacional e beneficia 20 famílias de pequenos e médios pecuaristas da Área APA do Ibirapuitã. Ao todo, 1,931 mil hectares pertencentes aos produtores sofrem intervenções para que o campo nativo seja restaurado, com foco no combate ao capim-annoni, e a partir de um manejo que também resulte em ganhos para os produtores.

O Projeto RestaurAPA é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora. A implementação é da UniLaSalle, que tem a UFRGS e a Emater/RS como parceiras.

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