A pecuária como aliada da preservação do Pampa
Os produtores rurais atendidos pelo Projeto RestaurAPA já modificaram suas práticas para conciliar produtividade pecuária e preservação do Pampa. Com investimentos projetados em R$ 3,1 milhões, em 1,9 mil hectares de 20 propriedades da Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, a iniciativa implica na revisão dos manejos tradicionais da Fronteira Oeste Gaúcha.
Entre as práticas estimuladas está a utilização de piquetes menores para o gado pastar, em modelo de rotação. “Antes trabalhávamos em uma extensão inteira de campo. Hoje, a cada cinco dias eu mudo o rebanho de piquete, dependendo da estação do ano”, explica o produtor Tiago Marmontel, um dos beneficiados. Segundo o pecuarista, o projeto ampliou o acesso do produtor a tecnologias como cercamento elétrico, maquinário agrícola, além de propiciar o uso de sistemas de eliminação do Capim-annoni (Eragrostis plana Nees), espécie exótica e de baixo potencial nutritivo que prejudica a qualidade do pasto nas áreas do Pampa. “Existem inúmeras formas de conciliar atividade humana com interesse econômico e preservação do meio ambiente”, garante Rafael Borges, pesquisador da Unilasalle e integrante da equipe do projeto.
Para o produtor José Nelson Saldanha, também beneficiado, o RestaurAPA é um estímulo aos pecuaristas da região. “Vamos ter mais produção de carne e de lã, se tivermos um campo limpo, só com pasto nutritivo, sem annoni”, explica. “O Capim-annoni é um problema muito sério, e este é um dos primeiros projetos que vai permitir revelar de forma sistemática o tamanho desse problema, e associar isso a alternativas de manejo e controle”, explica Leonardo Guimarães, engenheiro agrônomo da Emater-RS e integrante da equipe técnica do RestaurApa, que deve se estender até 2023.
Confira o depoimento dos especialistas e produtores no terceiro vídeo lançado pelo projeto.
Sobre o RestaurAPA
O Projeto RestaurApa é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora. É gerenciado pela Universidade La Salle (Unilasalle), em parceria com a Emater/RS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). São beneficiadas 20 famílias de pequenos e médios pecuaristas da Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã. Ao todo, 1.931 hectares receberão novos manejos agropecuários. Uma das atividades principais é o combate ao Capim-annoni, espécie exótica e invasora, que causa prejuízos para os produtores, além de dificultar a regeneração do campo nativo. Para acompanhar todas as novidades siga o perfil do Instagram oficial: https://www.instagram.com/restaurapa/.
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